não há sentido

deitei tudo fora, hoje estou por esquecer o teu nome. já não existe reconforto, já não há cor. não resta nada, além das recordações , e das linhas e letras gastadas em ti. aqui, onde o grande silencio cinzento, incendeia o crepúsculo, e apenas se ouve o compasso do mar e o canto do vento, calei-me. mesmo que quisesses, não me ouvirias. não ouvirias o que nao posso, o que não sei dizer. abri-te a porta tarde demais: tu já tinhas entrado, não perguntes como saíste. o mar trazia espuma e sal, nos gestos distraídos e as mãos seguravam os cadernos desleixados como memorias relevantes abandonadas na praia. foste principe quando bastava teres sido homem, foste tu quando bastava ter sido outro, cada dia que passava perdia-se mais um pouco, e esse pouco tornou-se demasiado.