perdeu-se

Passo por água as palmas das mãos que acabei de lavar numa casa de banho publica, fecho os olhos e derrepente sinto o teu cheiro, será do sabonete ? não é. Farejo as mangas do casaco, a gola, e a camisola tê-la-ei usado da ultima vez que estivemos juntos ? não. Dou voltas na direcção das costas dos outros que se afastavam, indiferentes a minha comoção. Persistes por aqui, rodeias-me as raizes dos cabelos, arrepias-me. Saí daquela casa de banho imune de gente desconhecida, parei na passadeira onde o sinal permanecia vermelho por alguns momentos,as pedras da calçava que saltavam. onde o velho cuspia o chão, e a mulher tropeçava no salto, passeaste comigo ali, e tudo estava o igual, tudo tinha a mesma cor, o mesmo significado, e o cheiro perseguia-me, este cheiro que me esmurra o coração ate se desvanescer nos odores psicologicos e nos olhares ausentes que me transpassam o umbigo.